Negociações entre frentistas de São Paulo e patrões não avançam

A negociação salarial entre frentistas do Estado de São Paulo e o sindicato patronal (Sincopetro) segue emperrada. A mesa-redonda realizada quarta (18) acabou sem acordo. O entrave maior está na insistência dos patrões de retirar direitos e na proposta de reajuste salarial de apenas 1,16% nos salários.

O impasse levou os trabalhadores a criarem uma comissão de sete dirigentes, que a partir de agora ficará a frente das negociações. A próxima rodada acontece dia 25.

A campanha salarial, unificada pela Federação dos Frentistas do Estado de São Paulo (Fepospetro), reúne 16 Sindicatos, que juntos representam cerca de 100 mil trabalhadores em todo o Estado. A data-base em 1º de março.

A negociação reúne 16 sindicato, que juntos representam mais de 100 mil frentistas em SP

Comissão – O grupo comandado pelo presidente da Fepospetro, Luiz Arraes, terá a missão de impedir a mudança em doze itens da Convenção Coletiva da categoria. Entre eles, a substituição do vale-refeição por marmitas cedidas pela empresa, além da remoção da supervisão do Sindicato nas negociações com os trabalhadores.

Luiz Arraes explica: “O principal objetivo dos patrões agora é eliminar direitos. Atualmente, a jornada é de 8 horas diárias e 44 semanais. Com a implantação da escala de 12×36, proposta pela nova lei, os frentistas passarão a não ter mais direito à remuneração em dobro pelos feriados e nem ao adicional noturno, quando houver prorrogação de turno”.

Na medida em que a escala estabelece uma média de 15 dias corridos de trabalho, a mudança de jornada também leva automaticamente à redução de 50% no valor de benefícios como o vale-refeição. Arraes argumenta: “Sem a supervisão do Sindicato, o trabalhador sairá dessa situação financeiramente bastante prejudicado”.

Práticas antissindicais – Em Paulínia, o Posto de Combustíveis Servecar foi condenado a pagar multa de R$ 20 mil por pressionar seus empregados a se desfiliarem do Sindicato.

De acordo com a juíza Cláudia Cunha Marchetti, da 2ª Vara do Trabalho de Americana, a empresa atentou contra a liberdade sindical ao tentar interferir no vínculo dos empregados com a entidade sindical.

Eusébio Pinto, presidente da Fenepospetro (Federação nacional), condena posturas antissindicais do patronato. Ele explica: “É um cenário que vem se repetindo em diversos Estados. Já obtivemos vitórias em outras ações e estamos reunindo dados e depoimentos para entrar com processos em outras regiões. Vamos atuar para combater esse tipo de prática antissindical ou qualquer retirada de direitos garantidos pela Convenção Coletiva”.
Via Agência Sindical – Com inf da Assessoria de Imprensa da Fepospetro

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