Publicada em 04/09/2015

Na tarde de ontem (03), a Câmara Municipal de Campinas sediou um Debate Público sobre Prevenção de Acidentes e Doenças do Trabalho, que reuniu lideranças dos Frentistas de Campinas-SP e São João da Boa Vista-SP, além de sindicalistas de outras categorias. O evento, de iniciativa do vereador Jairson Canário (SD) em parceria com a Regional Campinas Força Sindical, teve como objetivo debater as causas que levam a região de Campinas a ser a segunda no ranking estadual com o maior número de casos de acidentes de trabalho. O encontro teve como debatedores representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, do DIEESE, do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador – CEREST Campinas e da Secretaria de Saúde e Segurança do Trabalho da Força Sindical/SP. Em sua participação, Orivaldo de Carvalho, Presidente do Sindicato dos Frentistas – (Sinpospetro) de São João da Boa Vista, falou sobre a luta da  categoria em conscientizar o trabalhador a respeito de sua saúde, quanto aos riscos da exposição ao benzeno, substância química cancerígena presente nos combustíveis. Ele concluiu elencando os resultados das ações dos sindicatos, como as Leis Municipais e Estaduais que proíbem, em várias partes do país, a prática do abastecimento veicular além do limite do automático, medida que  reduz de maneira significativa as chances de contaminação pelo benzeno em trabalhadores dos postos, sociedade e Meio Ambiente. Ao falar sobre o descaso de autoridades e poder público com a questão da segurança ocupacional, Raimundo Nonato (Biro),secretário geral do Sinpospetro – Campinas, reforçou que o não cumprimento de Normas e Legislação específica, por parte das empresas, é uma dura realidade que precisa ser  enfrentada e modificada, por todo o movimento sindical.

NÚMEROS
Segundo dados  divulgados no último Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho relativo ao ano de 2013, da Previdência Social, o Estado de São Paulo é o primeiro do ranking. Entre 2011 e 2013 foram registrados 2,15 milhões de acidentes em todo o país, levando a óbito 8.503 pessoas. Todos os anos, 717.500 trabalhadores sofrem lesões graves, incapacitantes e até mesmo fatais durante a jornada laboral. Em média, 2.800 trabalhadores morrem todos os anos. Na região Sudeste foram mais de 1,17 milhão de casos registrados, ou 54% do total, seguida pela região Sul, com 22%, e pelo Nordeste, com 13%. O Centro-Oeste teve alta de 6,3% no mesmo período. As demais regiões sofreram variações mínimas, com queda de 1,5% no Norte. Em Campinas o número de mortes por acidente de trabalho dobrou entre 2011 e 2013, segundo dados divulgados pelo Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest). O levantamento é baseado em relatório do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Em 2011 foram nove óbitos. Os registros saltaram para 16 no ano seguinte e chegaram a 19 em 2013. No ano passado foram notificadas 8 mortes e este ano, até o dia 13 de agosto, aconteceram 4 mortes por acidente de trabalho. “Os números de acidentes de trabalho na região de Campinas são alarmantes. Precisamos debater esse tema e a contribuição de especialistas será fundamental para que possamos discutir alternativas que possam melhorar esse cenário”, justificou o vereador Jairson Canário.

DATA
O Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho acontece no dia 27 de julho, data que foi instituída após o Brasil tornar-se, em 1972, o primeiro país a ter um serviço obrigatório de Segurança e Medicina do trabalho em empresas com mais de 100 trabalhadores.

Assessoria de Imprensa Sinpospetro Campinas-SP / Assessoria de Imprensa Vereador Canário