A notícia, antecipada pela “Folha”, foi confirmada por Bolsonaro na tarde desta quarta-feira (7). Ele, no entanto, não informou a qual pasta o Ministério do Trabalho deve ser incorporado.
Em nota publicada em seu site, a UGT (União Geral dos Trabalhadores) disse que o fim do Ministério do Trabalho é um “atentado aos direitos da classe trabalhadora brasileira”. Segundo a entidade, Bolsonaro “deveria buscar o diálogo com as entidades de defesa dos trabalhadores, antes de anunciar que irá extinguir de vez um órgão tão importante para a geração de emprego e renda para a população”.
A UGT também criticou o viés “empresarial” que o novo ministério terá e afirmou que “mexer em uma pasta tão específica como essa é uma forma de ignorar tudo o que, ao longo de décadas, foi feito em prol de uma sociedade mais justa, igualitária, com trabalho decente e melhor distribuição de renda”.
Para a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), a medida em estudo pelo próximo governo “faz parte do pacote de retrocesso imposto nos direitos dos trabalhadores”. “Fechar o Ministério do Trabalho é a cereja do bolo da reforma trabalhista”, disse em nota.
A Força Sindical afirmou que o Ministério do Trabalho é importante para fiscalizar e equilibrar as relações entre patrão e empregado. “Queremos o Ministério do Trabalho e Emprego forte, parceiro e protagonista na luta contra a recessão e pela retomada do crescimento econômico do país, com respeito aos direitos sociais, previdenciários e trabalhistas da classe trabalhadora, geração de empregos, distribuição de renda e inclusão social”, disse a entidade.
A CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil) afirmou que a medida “amplia enormemente a precarização do trabalho no país”. “Se com o ministério a luta já é grande contra as arbitrariedades no mundo do trabalho, sem a instituição perde-se, lamentavelmente, o espaço de diálogo social e de criação de políticas públicas de emprego e de suporte ao trabalhador e trabalhadora brasileiros”, disse o presidente da entidade, Adilson Araújo.
A CSP-Conlutas declarou que a decisão do novo governo, se confirmada, vai fragilizar ainda mais as relações de trabalho no país. “O fim do Ministério do Trabalho é a aplicação de uma política ultraliberal que visa o desmonte das proteções e das condições de trabalho no país. Tudo para favorecer os interesses dos patrões. É preciso repudiar qualquer medida do novo governo que vá nesse sentido”.
A reportagem do UOL também entrou em contato com a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e com a NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), mas as entidades informaram que ainda não tinham um posicionamento oficial sobre o assunto.
Ministério do Trabalho reafirma importância
Na terça-feira (6), diante dos rumores sobre sua fusão, o Ministério do Trabalho divulgou uma nota na qual reafirmava sua importância para “a coordenação das forças produtivas no caminho para a busca do pleno emprego”.
Na nota, o ministério diz que em 88 anos (que serão completados em 26 de novembro) de existência, a pasta “se mantém desde sempre como a casa materna dos maiores anseios da classe trabalhadora e do empresariado moderno, que, unidos, buscam o melhor para todos os brasileiros”.
Fonte: força sindical – 08/11/2018