Imagine que você trabalhe há 10 anos em uma empresa e de repente, descobre que um colega de trabalho com as mesmas funções, metas e responsabilidades do que você recebe um salário maior que o seu. Este é o caso Valéria Rocha*, que atuava em uma grande empresa como gerente de contas de TI até que descobriu que estava sendo “passada para trás”.
“Trabalhávamos em diferentes áreas da empresa, até que ele foi transferido para o meu setor, para uma função exatamente igual à minha, mas com o salário bem superior”, conta.
Indignada, a trabalhadora decidiu entrar na Justiça do Trabalho, requerendo equiparação salarial, além da equidade em bônus e benefícios dados ao colega e negados a ela. Associada ao Sindpd-SP, encontrou na assistência jurídica do sindicato um apoio essencial à correção da injustiça.
“O item fundamental para eu procurar o jurídico do sindicato foi o fato de que eles já conheciam o perfil da empresa, já tinham conhecimento de toda a trajetória dela. De casos envolvendo outros funcionários. Tinham um know how do modus operandi deles. Já tinham vencido outros processos no mesmo sentido, inclusive”, explica.
Após a disputa judicial, a empresa foi condenada a pagar à profissional uma indenização de mais de R$ 350 mil, e os pagamentos já começaram a ser realizados.
O caso ainda possuía um caráter misógino, visto que o colega em questão era do gênero masculino. Nem todas as mulheres têm a oportunidade de contar com uma assistência jurídica que garanta o respeito aos seus direitos e por isso, o governo federal sancionou no dia 4 de julho a Lei 14.611/2023, que garante a igualdade de salário e de critérios de remuneração entre trabalhadoras e trabalhadores.
O caso simboliza a importância da atividade sindical. Um sindicato forte – e, portanto, estruturado – presta diversos serviços aos trabalhadores e consequentemente, à sociedade, como por exemplo, ter em seus quadros de funcionários advogados e advogadas competentes, que vão à luta em defesa dos direitos de trabalhadores lesados.
“Não era um único profissional. O sindicato tem um time que trabalha junto, discutem os processos, se apoiam. Esse foi o diferencial para conquistarmos a vitória na Justiça”, lembra Valéria*.
Todos os associados e contribuintes do sindicato têm direito a assistência jurídica gratuita, prestadas por profissionais experientes e preparados para enfrentar gigantes corporativos na esfera judicial. Apenas trabalhadores que fazem oposição à contribuição assistencial renunciam à atuação sindical – em diversas áreas, como a jurídica – em seu favor. Atualmente, a equipe jurídica do sindicato atua em cerca de 1.200 ações judiciais trabalhistas, que tratam desde casos de assédio moral até o não pagamento de verbas rescisórias.
Via Mundo Sindical