Davi e Golias – As negociações Coletivas

Do livro “Davi e Golias”, a análise às resultantes positivas surgidas dos enfrentamentos em condições desfavoráveis embala o tema aqui central: o papel das Negociações Coletivas. Principal vetor da função pública dos sindicatos, a atividade é para o bem estar social e crescimento da economia, determinante quando se revela cumpridora do seu lema original. Benefícios advindos dessa importante via de ação e diálogo entre trabalhadores e setor patronal, entretanto, não derivam tão somente de sua retórica mas, sobretudo, da capacidade de organização e unidade dos sindicatos. Uma tentativa de nivelar para baixo as prerrogativas das Negociações Coletivas é o que se pode depreender da decisão do governo federal de reajustar o salário mínimo abaixo da inflação e sem ganho real ante o INPC.Tentar impor à sociedade uma interpretação tendenciosa do que significa esse mecanismo de avanço social é também o que se pode concluir da chamada “flexibilização na negociação entre empresa e empregado”, item previsto na minirreforma trabalhista. A imagem de legitimidade de que a Negociação Coletiva desfruta hoje é resultado de mais de cem anos de luta do movimento sindical. Resta aos seus representantes a tarefa permanente de defesa desse legado histórico.

Campanha Salarial

À frente da recém-iniciada Campanha Salarial dos cem mil Trabalhadores em Postos de Combustíveis e Lojas de Conveniência de São Paulo, ação unificada entre seus dezesseis sindicatos filiados, a Federação Estadual dos Frentistas – Fepospetro, reafirma o compromisso contra a precarização de direitos e das condições de trabalho. Preservar as conquistas de mais de duas décadas de representatividade é no que se aferra a categoria, importante engrenagem de um setor a que a crise apenas interrompeu, no recuo de 1,9% no volume nacional das vendas de combustíveis , o ritmo de crescimento recordes dos últimos anos, conforme dados da Fecombustível, instituição patronal máxima do segmento. Para a Fepospetro, a negociação salarial segue sendo instrumento de resistência à degradação social contra a qual todos lutamos.

Luiz de Souza Arraes, presidente da Federação Estadual dos Frentistas – Fepospetro- é secretário de Negociações Coletivas da Federação Nacional dos Frentistas – Fenepospetro e Diretor de Relações Internacionais da CNTC.

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