Sindicatos dos Frentistas desempenham um papel importante no esclarecimento de doenças ocupacionais e na prevenção de acidentes. Para a psiquiatra Sueli Cabral, a participação do trabalhador sindicalizado reduz esses riscos.
A exposição ao benzeno é prejudicial ao trabalhador, mas se o frentista fizer uso da bebida alcoólica em excesso, a saúde deste profissional ficará ainda mais debilitada. A advertência foi feita pela psiquiatra Sueli Cabral, que abordou a questão da dependência química, no III Seminário Nacional das Dirigentes Sindicais dos Empregados em Postos de Combustíveis. Segundo ela, a dependência química cresceu muito entre as mulheres, em geral, nos últimos anos, e o álcool é a substância mais consumida.
Ela chamou a atenção para o risco do excesso de álcool no organismo, principalmente, para os empregados de postos de combustíveis e lojas de conveniência, que já trabalham expostos a produtos químicos e tóxicos. O fígado metabolizando produtos tóxicos, álcool ou outras drogas fica sobrecarregado.
EFEITOS DO ÁLCOOL
A pessoa não bebe para ficar deprimido, mas na maioria das vezes, o álcool provoca esse efeito, porque é o maior depressor do sistema nervoso central. A pessoa bebe para se soltar, ficar alegre, porque, no início, o álcool diminui a crítica e a censura. Tem pessoas que chegam a perder o registro do que ocorreu.
Das drogas lícitas, o álcool é o mais danoso para o organismo. O álcool causa um terrível dano para o fígado. A doença começa com a gordura no fígado, chamada de esteatose e pode evoluir para um quadro de cirrose hepática, caso mais grave da doença. Isso independe do tempo de consumo do álcool.
DEPENDÊNCIA
A médica afirmou que a sociedade costuma distorcer o conceito de dependência química. Qualquer tipo de droga, qualquer substância que altere o funcionamento normal, seja inalado, fumado, absorvido pela pele e que cause alterações psíquicas e que venham a prejudicar o funcionamento normal da nossa mente é considerado substância psicoativa.
Alcoolismo não é uma questão de beber todo dia. Não é a quantidade de álcool ingerida que define se a pessoa é alcoólatra ou não. A dependência está ligada a alteração na vida social e laboral e a saúde do indivíduo. Se a ingestão de bebida alcoólica afetar algum desses níveis é porque essa pessoa está diagnosticada como alcoólatra.
A tolerância ao álcool é individual, cada um tem o seu limite. Os jovens têm uma tolerância maior. Sueli Cabral diz que algumas pessoas não se consideram dependentes porque só bebem no fim de semana. Ela destaca, no entanto, que se a pessoa faz uso do álcool na sexta, sábado e domingo; na segunda feira estará cansada é só se sentirá disposta na terça, quarta e quinta-feira. Para a psiquiatra este indivíduo é considerado dependente químico porque em apenas três dias da semana é mantido a normalidade do organismo.
* Estefania de Castro, assessoria de imprensa Fenepospetro