CURSO ORIENTA SOBRE RISCOS DO TRABALHO NO POSTO DE COMBUSTÍVEL

Muitos funcionários são submetidos a trabalho degradante- que não cumpre as normas de segurança e saúde- por desconhecerem as leis ou por medo de perderem o emprego. Para mudar essa realidade nos postos de combustíveis do Estado do Rio de Janeiro, o SINPOSPETRO-RJ realizou nesta terça-feira (16), na subsede de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o primeiro curso de formação para integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes(CIPA).

No curso, os integrantes da Cipa demonstraram preocupação com o risco de inalação de gases tóxicos produzidos pela gasolina e o Gás Natural Veicular(GNV). Os trabalhadores também apresentaram dificuldades em identificar as situações de risco e o que pode ser caracterizado acidente de trabalho.

ACIDENTE DE TRABALHO

O presidente do Instituto Brasileiro de Saúde Ocupacional SLS, Derval Oliveira, que ministrou o curso, fez questão de desmistificar a qualificação de acidente de trabalho. Segundo ele, há vários sinais, sintomas e doenças que são caracterizados como acidente de trabalho, mas que não constam na Lei. Ele explicou que a Previdência Social não relaciona vários fatores de riscos existentes na atividade no posto de combustível como acidente de trabalho. Derval Oliveira destacou que além dos riscos visíveis, há os invisíveis como problemas psicológicos provocados pelo trabalho. Ele cita como exemplo os frequentes assaltos a que os trabalhadores estão expostos, que causam depressão e estresse, e que por isso são considerados acidente de trabalho.

Para mudar essa percepção é preciso que o trabalhador tenha conhecimento das normas de segurança. Derval Oliveira explicou que o frentista precisa relatar ao sindicato os problemas neurológicos e as pressões psicológicas provocadas pelo trabalho para que essas alterações sejam registradas e possam constar nos laudos da Previdência Social. De acordo com ele, não existe registro no Instituto Nacional de Seguro Social(INSS) de que o benzeno e os agentes químicos causam doenças aos trabalhadores de postos de combustíveis.

NR 20
A qualificação da mão de obra, uma determinação da NR 20, que trata de segurança e saúde nos postos de combustíveis, é uma obrigatoriedade do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Todos funcionários e prestadores de serviço dos postos de combustíveis têm que fazer o curso, que deve ser renovado a cada mudança de emprego. O curso da NR 20 dá dignidade a categoria e acaba com a rotatividade da mão de obra, já que é preciso qualificação para trabalhar no posto.

INALAÇÃO DE GASES
O presidente do instituto SLS atentou para o fato de que as doenças neurológicas e de pele são decorrentes de exposição a agentes químicos. Ele disse que a prevenção é a melhor maneira de reduzir os riscos. É importante que o trabalhador utilize os mecanismos de segurança, como se afastar do carro na hora do abastecimento. Derval citou a lei estadual que proíbe abastecer o tanque do veículo “até a boca”, que visa reduzir o risco de danos à saúde do trabalhador. “Quando o tanque é cheio completamente ocorre a liberação de benzeno, substância encontrada na gasolina, considerada cancerígena.

QUALIFICAÇÃO

Ao encerrar o curso, o presidente do SINPOSPETRO-RJ, Eusébio Pinto Neto, frisou que o posto é um ambiente perigoso e insalubre porque além de manusear produtos tóxicos e inflamáveis , o trabalhador do posto ainda está exposto a risco de assaltos, atropelamento e doenças provocadas pela exposição ao tempo. Ele informou que o sindicato vai continuar investindo em cursos de qualificação para garantir a segurança e saúde do trabalhador de posto de combustível. Eusébio disse que o frentista precisa tomar consciência da sua importância para economia do para o país e cobrar os seus direitos. “ É preciso conscientização para fazer valer as leis e o sindicato é único representante legítimo do trabalhador. Só se obtém avanços com união e os trabalhadores dos postos precisam participar mais das atividades do sindicato, para conquistarmos melhores salários e condições de trabalho para todos”. Estefania de Castro, assessoria de imprensa Sinpospetro-RJ

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