De Norte a Sul do país, frentistas protestam contra as reformas e o fim da aposentadoria especial da categoria

O Brasil parou nesta quarta-feira, (15) contra as reformas da previdência e trabalhista do governo Temer. Os Sindicatos dos Frentistas de todo o país foram às ruas defender a aposentadoria especial da categoria, que trabalha exposta a produtos tóxicos e inflamáveis.

As lideranças dos frentistas mostraram, nesta quarta-feira, (15) a união e a força da categoria ao irem às ruas em todo país protestar contra as reformas da previdência e trabalhista. Do Acre ao Rio Grande do Sul, os dirigentes da categoria se manifestaram contra o fim da aposentadoria especial para os trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência. Se o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 287/2016 for aprovado, sem alterações, os frentistas, mesmo trabalhando expostos a agentes nocivos prejudiciais à saúde, não poderão se aposentar após 25 anos de contribuição para a Previdência Social.

Em todo o país, as manifestações tiveram início nos primeiros minutos do dia. No Rio de Janeiro, o presidente da FENEPOSPETRO, Eusébio Pinto Neto, criticou o descaso e a falta de respeito do governo com os trabalhadores. Segundo ele, se a proposta passar o brasileiro terá que trabalhar até morrer.

Em São Paulo, os 16 sindicatos da categoria participaram de eventos em suas cidades e da grande manifestação na Avenida Paulista, no centro da capital do Estado. O vice-presidente da Federação, Francisco Soares, engrossou a marcha contra as reformas e a retirada de direitos dos trabalhadores.

Num protesto bem-humorado, os dirigentes dos frentistas no Acre compararam a proposta de reforma da previdência a PEC da MORTE. Eles também criticaram o presidente Michel Temer por ter se aposentado aos 55 anos de idade e agora defender a idade mínima de 65 anos para mulheres e homens se aposentarem. Os frentistas de Rondônia também participaram dos protestos de ontem.

Com o slogan: união é o nosso combustível, o Sindicato dos Frentistas de Curitiba reforçou na capital do Paraná, o movimento contra as reformas. Em Cascavel e Maringá, interior do Estado, os frentistas também protestaram. No Rio Grande do Sul, o Sindicato dos Frentistas de Pelotas exigiu a manutenção dos direitos dos trabalhadores.

Em Brasília, o presidente do Sindicato dos Frentistas, Carlos Alves, que também é presidente da Força Sindical no Distrito Federal, liderou as manifestações. No Mato Grosso do Sul os frentistas lutaram com garra contra as reformas.

Na Bahia, o Sindicato dos Frentistas mostrou a sua força levando vários trabalhadores para a manifestação. Os trabalhadores de postos de Pernambuco saíram às ruas cedo.

Os Sindicatos dos Frentistas de Minas Gerais pediram a manutenção da aposentadoria especial e um Brasil melhor para todos.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA
No texto apresentado na PEC 287/16, só os trabalhadores de postos de combustíveis que, efetivamente, comprovarem prejuízo à saúde terão direito a aposentadoria especial. De acordo com levantamento feito pela Federação, isso não poderia ocorrer, pois se está impondo exigência nova para a conversão de tempo, já que não há no texto respeito ao direito adquirido. A PEC não leva em conta a rotatividade do emprego de frentista. O período trabalhado com produtos tóxicos deve ter tratamento diferenciado em relação aos que não estão expostos a nenhum agente.

MISÉRIA
O brasileiro trabalha muito, ganha pouco, paga muitos impostos e mesmo assim querem precarizar ainda mais, a mão de obra retirando direitos conquistados com muita luta. No Brasil, o trabalhador ganha menos que o trabalhador chinês, que labora em estado análogo ao de escravo, por conta do regime político do país.

Com a desculpa de aquecer a economia o governo promove a miserabilidade do povo brasileiro. Estudo da Fundação Getúlio Vargas divulgado, na última terça-feira (13), mostra que por causa do desgoverno e a alta do desemprego o país retrocedeu três anos no tempo, aumentando, preocupantemente, a desigualdade social.

* Estefania de Castro, assessoria de imprensa Fenepospetro

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