Estudos recentes comprovam que o benzeno pode afetar a fertilidade. As mulheres também sofrem mais risco de contaminação, diz a médica do trabalho Daise Gardin.
As mulheres são as mais afetadas pela exposição ao benzeno. A afirmação é da médica do trabalho Daise Gardin. Segundo ela, há uma grande dificuldade para desenvolver estudos sobre o assunto, já que a mulher, por medida de segurança, evita se expor ao produto. A médica diz que estudos recentes comprovam que o benzeno pode afetar a fertilidade. O feto também sofre exposição já que a placenta não o protege contra os efeitos do benzeno.
A médica do trabalho explica que o bebê contaminado pelo benzeno apresenta alterações ósseas, baixo peso e problema na medula óssea. Ela orienta que por precaução, o ideal seria que a mulher se afastasse da bomba antes de engravidar.
CONTAMINAÇÃO
Apenas 1% do benzeno contido no ar é absorvido pela pele. A respiração é a principal via de contaminação pelo produto tóxico. A parte mais importante é a pulmonar e respiratória. A absorção ocorre principalmente, pela respiração, o que torna difícil a prevenção.
Segundo a médica do trabalho Daise Gardin, a contaminação se dá também através da ingestão, quando o trabalhador tem o hábito de fumar, comer e beber nas dependências do posto de combustível, onde não faltam fontes de contaminação pelo benzeno.
MULHER
A contaminação pelo benzeno é mais agressiva para a mulher. Por ter até 11% a mais de gordura do que o homem, a mulher está mais exposta ao benzeno, já que o produto tóxico é lipossolúvel e dissolve mais rápido com a gordura.
Estudos comprovam que durante a vida laboral de mil pessoas expostas ao benzeno, três vão desenvolver leucemia. A exposição ao benzeno por 40 anos, num grupo de mil, treze vão desenvolver câncer.
ESTUDOS
Os primeiros trabalhos científicos sobre o risco do benzeno para saúde surgiram em 1897. Naquela época, os trabalhos mostravam que a exposição crônica ao benzeno provocava alterações na medula óssea.
LEIS
A primeira lei que proíbe a mulher de trabalhar com o benzeno foi feita em 1932. Em maio de 2016, entrou em vigor a lei 13.287, que proíbe o trabalho de gestantes e lactantes em atividades, operações ou locais insalubres. A norma estabelece que trabalhadoras gestantes e lactantes deverão ser afastadas de atividades, operações ou locais insalubres, durante o período de gestação e lactação.
Na época, a presidente Dilma Rousseff vetou o dispositivo que assegurava à empregada o pagamento integral do salário que vinha recebendo, inclusive o adicional de insalubridade.
* Estefania de castro, assessoria de imprensa Fenepospetro