Terceirização não vai acabar com a luta sindical, diz presidente da FENEPOSPETRO

Para o presidente da Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO), Eusébio Pinto Neto, a terceirização vai trazer muita dor de cabeça, não só para a classe operária, mas também para os empresários. A partir de agora, as empresas vão sofrer um desgaste político porque terão que conviver com vários sindicatos de diferentes correntes.

O Projeto de Lei 4302/98, sobre a terceirização, aprovado ontem(22), no plenário da Câmara dos Deputados, não vai calar, nem acabar com a luta do movimento sindical. A afirmação é do presidente da FENEPOSPETRO, Eusébio Pinto Neto. Segundo ele, o movimento sindical brasileiro já está forjado na cultura da sociedade e na relação entre capital e trabalho. Não se pode de uma hora para outra desregulamentar tudo isso e desmontar uma engrenagem que tem início em 1720, com a primeira greve no porto de Salvador. “A relação do capital vai mudar, mas a do trabalhador também”.

O mundo está em movimento, e a forma como a sociedade vai se ajustar a esse novo sistema teremos que redescobrir a partir de agora. Como vai se dar essa reorganização do movimento sindical, ainda é uma incógnita. Mas, as empresas também terão que se adaptar as novas regras. O setor patronal está acostumado a negociar as questões trabalhistas com apenas uma entidade de classe, e com esse Projeto de Lei terá que negociar com vários sindicatos de diferentes correntes.

FRENTISTA
Eusébio Neto acredita que os Sindicatos dos Frentistas vão continuar fortalecidos, porque os trabalhadores da categoria (frentistas, trocador de óleo e lavador de carro) são a maioria nos postos de combustíveis. Ele disse que a terceirização vai atrapalhar, mas não irá acabar com a luta do movimento sindical. Em todo o Brasil, os sindicatos já realizam um trabalho de base coeso, que será intensificado a partir de agora.

TRABALHADOR
O presidente da FENEPOSPETRO disse que diante das dificuldades da vida, o trabalhador não tem discernimento para compreender todo o desmonte das leis que vai levar o país a um retrocesso. O operário vive o hoje, depende de coisas básicas para sobreviver e ainda tem que enfrentar o fantasma do desemprego.

Hoje a grande preocupação do trabalhador é a reforma da previdência, porque está em jogo o futuro dele e de sua família.

TERCEIRIZAÇÃO
Eusébio Neto afirmou que o projeto da terceirização vai contra a reforma da previdência, já que vai afetar, diretamente, os cofres do INSS. Se com a fiscalização das Leis Trabalhistas as empresas sonegam à previdência, sem esse dispositivo o rombo vai aumentar assustadoramente.

Para o presidente da FENEPOSPETRO, a terceirização não vai resolver o problema do desemprego, ao contrário, vai empurrar os trabalhadores, que hoje estão empregados em condições mais seguras, para a precarização. Há um grande risco de que todos sejam demitidos para depois retornarem como empresas terceirizadas, com salários menores e direitos suprimidos.

* Estefania de Castro, assessoria de imprensa Fenepospetro

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