Grande mobilização da categoria será realizada hoje em vários Estados do Brasil. Os 500 mil trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência em todo o país serão atingidos diretamente pela reforma da previdência. Entre as propostas contidas no saco de maldades do Governo Temer está o fim da aposentadoria especial para a categoria.
Milhares de brasileiros vão às ruas hoje (15) para protestar e exigir a derrubada das Propostas de Emenda Constitucional enviadas ao Congresso Nacional pelo governo Temer, que prevê a retirada de direitos dos trabalhadores. As Reformas da Previdência e do Trabalho, que vão precarizar a mão de obra e erradicar direitos, são os principais alvos da mobilização dos sindicalistas e dos trabalhadores de várias categorias, que estão unidos na defesa e conscientização da sociedade, que precisa perceber, urgentemente, a gravidade do momento em que vivemos. Rodoviários de todo o país prometem parar suas atividades. E o mesmo será feito por dirigentes dos Sindicatos dos Frentistas que também prometem interromper o abastecimento de veículos em algumas regiões do Brasil. Na luta por direitos e para reconstruir a história, os sindicalistas prometem parar o Brasil.
Com o slogan: NENHUM DIREITO A MENOS, as principais centrais sindicais do país e os sindicatos vão marchar pela democracia e denunciar os acordos de gavetas que foram feitos para prejudicar a classe trabalhadora.
REFORMAS
O presidente da FENEPOSPETRO, Eusébio Pinto Neto, convocou todos os sindicatos da categoria para participar dos protestos nas principais capitais do país. Ele frisa que se a sociedade não despertar para a dura realidade que se apresenta, cairá numa grande armadilha, que deixará milhões de brasileiros na miséria. Trabalharemos até morrer e não teremos condições de garantir o sustento da nossa família. Essa trama do governo só vai beneficiar as oligarquias”
A reforma trabalhista enfraquece o sindicato e a organização coletiva porque abre a possibilidade de as negociações ocorrerem por empresa, dividindo ainda mais a classe trabalhadora. Ele diz que com isso o grande prejudicado será o trabalhador. Eusébio Neto reforça que a modernização das relações de trabalho nada mais é do que retirar direitos, diminuir os custos das empresas e aumentar o lucro dos empresários no Brasil.
Eusébio Neto afirma que a reforma trabalhista vai precarizar a mão de obra, já que com o tempo haverá cada vez menos trabalhadores fixos contratados diretamente pelo empregador.
Para o presidente da FENEPOSPETRO, a reforma da previdência vai atingir especialmente os trabalhadores mais novos e pobres, que ingressam no mercado de trabalho aos 14 anos. Ele considera que a idade mínima de 65 anos é injusta, principalmente, para as mulheres que têm tripla jornada. “ Hoje a mulher trabalha, cuida da casa e dos filhos e ainda estuda. Fazer com que essa mulher trabalhe 49 anos para ganhar a aposentadoria integral é um ato cruel, desumano e indecente”. Disse.
Eusébio Neto cita também que por causa das diversidades do país, em algumas regiões a expectativa de vida é menor que 65 anos. Isso significa que muitos vão trabalhar mais para dar lucro para o patrão e perder a saúde, antes de ter direito de se aposentar.
REGIÕES
Estão previstos protestos nos 26 Estados e no Distrito Federal. A ideia das centrais sindicais é que as manifestações se estendam durante todo o dia.
SUDESTE
Na Região, São Paulo é o Estado com maior número de Sindicatos dos Frentistas. O presidente da Federação dos Frentistas do Estado de SP, que representa 16 entidades, Luiz Arraes, diz que a manifestação vai se concentrar na Avenida Paulista, e que por isso os sindicalistas vão fazer manifestações pela manhã nas suas cidades e que à tarde participarão dos protestos na Capital. Ele liberou os sindicatos para seguirem as centrais, as quais são afiliados.
Alguns Sindicatos dos Frentistas não funcionarão nesta quarta-feira (15) para que os funcionários, que também serão atingidos pelas reformas possam participar das manifestações.” Temos que dar o exemplo conscientizando também os nossos funcionários”, diz Arraes.
Luiz Arraes adverte que esse é o momento para os trabalhadores mostrarem a sua força. Não podemos deixar passar propostas como as que pretendem acabar com a aposentadoria especial, que afeta diretamente os trabalhadores de postos de combustíveis. Segundo ele, as reformas são manobras do governo para flexibilizar direitos e anular a força dos trabalhadores. “ Temos um compromisso com as futuras gerações, não vamos entrar para história como os sindicalistas que saíram pela porta dos fundos”, completa.
SUL
O secretário de comunicação da FENEPOSPETRO, Antônio Veira Martins, acredita que as manifestações vão parar as principais capitais no Sul do país. Ele informa, que paralelamente as manifestações, serão realizadas audiências públicas para debater as reformas. Antônio Martins afirma que o Dia de Luta servirá de termômetro para as futuras ações contra as propostas do governo Temer. “ No Paraná estamos mobilizados e os transportes também vão parar”.
CENTRO-OESTE
O secretário-geral da FENEPOSPETRO e também presidente da Força Sindical do Distrito Federal, Carlos Alves dos Santos, revela que há uma grande expectativa no Distrito Federal, onde está a sede do governo e o Congresso, que vai votar as propostas. As centrais sindicais estão com o discurso afinado e vão bater muito nos parlamentares para que as propostas não passem. Carlos Alves diz que para fortalecer a luta fará manifestações e fechará alguns postos de combustíveis na Capital do país. “Os frentistas do Distrito Federal estão mobilizados para Campanha Salarial de 2017 e também para lutar contra as reformas”, frisou.
NORDESTE
Na Bahia, o Sindicato dos Frentistas orienta os trabalhadores sobre a importância de participar da manifestação de hoje. O presidente da entidade, Antônio José dos Santos, diz que a mobilização teve início na semana passada com as comemorações do Dia Internacional da Mulher. As centrais sindicais trabalham em conjunto para parar o Estado. O Sindicato dos Frentistas da Bahia é considerado uma entidade forte e já realizou nos últimos sete anos duas paralisações em defesa dos trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência. Nesta quarta-feira (15), os postos vão funcionar normalmente.
NORTE
No Norte do país, as manifestações vão se concentrar em Manaus, capital do Amazonas. Para o presidente do Sindicato dos Frentistas no Estado, José Leite de Carvalho, os protestos vão servir como pressão para os políticos pensarem melhor sobre os projetos do governo. Junto com as centrais sindicais no Estado, o Sindicato dos Frentistas vai para as ruas se posicionar contra as reformas. “ Precisamos mostrar a nossa insatisfação. O povo precisa se ligar e exigir uma discussão mais ampla sobre o assunto. Se não reagirmos seremos esmagados” completa.
* Estefania de Castro, assessoria de imprensa Fenepospetro.