PARANÁ APROVA FIM DA PRÁTICA DO ABASTECIMENTO VEICULAR ALÉM DA TRAVA

Os deputados da Assembleia Legislativa Paraná aprovaram na terça feira (20) projeto de lei que proíbe nos postos de todo o estado a prática do abastecimento além do limite automático do veículo, nos casos em que o cliente pede para encher o tanque. De autoria do Deputado Estadual Professor Lemos (PT) em parceria com o Sindepospetro-Sindicato dos Frentistas de Cascavel-PR, a medida aprovada tem como objetivo reduzir os níveis de exposição ocupacional ao benzeno, substancia cancerígena presente nos combustíveis e com isso, proteger a saúde dos trabalhadores, consumidores e também o Meio Ambiente. Ao fazer uso da tribuna, o Deputado Lemos falou sobre as motivações para a proposta:  “Quando pedem para completar até a tampa, o frentista sempre olha para dentro do tanque e inala o benzeno, que é altamente prejudicial à saúde” disse. Além de Lairson Sena, presidente do Sinpospetro de Curitiba-PR e  Antônio Vieira Martins, presidente do Sindicato dos Frentistas de Cascavel-PR, a sessão foi acompanhada  por Jacir Firmino dos Santos, presidente do Sindicato de Ponta Grossa-PR, Vera Lúcia Silva, presidente do Sindicato dos Frentistas de Londrina-PR, e diretoria e colaboradores dos sindicatos. O PL 07/2015  passa agora por revisão afinal, antes de seguir para o Governo, que pode sancionar ou vetar a medida.

Assessoria de Imprensa Sinpospetro Campinas-SP – Leila de Oliveira

 

  Estudo mostra alterações imunológicas em trabalhadores causadas por benzeno

Estudo feito em parceria pelo Departamento de Química do Centro Técnico Científico (CTC) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e o Laboratório de Toxicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Latox-UFRGS) constatou alterações no sistema imunológico das pessoas, causadas pelo benzeno presente em produtos como gasolina e cigarro. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, do nome em inglês) classifica o benzeno como cancerígeno do Grupo 1 – nível mais alto.

O estudo foi publicado em fevereiro deste ano na revista científica Enviromental Research, e teve como público-alvo frentistas de postos de gasolina do Rio Grande do Sul, devido à proximidade do laboratório da UFRGS e também porque esses trabalhadores estão diretamente expostos aos efeitos do benzeno presente nos combustíveis.

“Esses estudos nunca foram feitos aqui no Brasil, e como a gasolina varia de um país para outro, a gente não sabia ao certo o que causaria nesse tipo de funcionário que trabalha em postos de gasolina que, no Brasil é comum. Em outros países, não é comum ter esse tipo de trabalhador”, disse hoje (18) à Agência Brasil a cientista Adriana Gioda, do CTC-PUC-RJ, que atuou em conjunto com Solange Garcia, do Latox.

A coleta de amostras biológicas dos frentistas e de amostras do ar foi iniciada há dois anos, com base em 68 frentistas fumantes e não fumantes e em um grupo de 28 trabalhadores não frentistas e não fumantes. As pesquisas usaram também grupo de controle, constituído por pessoas não expostas a nada de benzeno.

O estudo verificou modificações imunológicas em todos os participantes, como danos às proteínas, aos lipídios e ao DNA, bem como redução dos glóbulos brancos. “De modo geral, afeta todo o sistema imunológico das pessoas expostas a esse tipo de poluente”, segundo Adriana, e adiantou que o benzeno pode acarretar problemas como câncer linfático e benzenismo – conjunto de sinais, sintomas e complicações decorrentes da exposição aguda ou crônica ao benzeno. “Mas tem outros efeitos. No longo prazo, sempre vai ter outros efeitos que podem, de alguma forma, causar danos à saúde das pessoas”, enfatizou.

Estudo anterior de Adriana – na cidade de Volta Redonda, estado do Rio, onde está situada a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) – apurou que os níveis de benzeno eram extremamente elevados na década de 1990, “muito além do que poderia ser recomendado como limite de segurança”. Em 1995, os níveis da substância atingiram pico de 1.650 micrograma por metro cúbico e, de acordo com informações da Secretaria de Saúde do município, entre 1984 e 1999, surgiram na região 688 casos de benzenismo.

Fonte: Agência EBC Serviços

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