Trabalho de conscientização é fundamental para reduzir o risco de contaminação pelo benzeno

Via Sinpospetro-RJ

Pesquisa feita em postos de combustíveis do RJ mostra que trabalhadores estão exposto ao benzeno, mesmo quando os índices de concentração no ambiente não são excedidos. O resultado foi divulgado ontem pela FIOCRUZ. A diretoria do SINPOSPETRO-RJ acompanhou os debates.

Não há limite seguro para a exposição ao benzeno. O alerta foi dado nesta quarta-feira(23) pela engenheira química da Fundação Oswaldo Cruz(Fiocruz), Ariene Larentis, durante a apresentação do relatório final do projeto “Avaliação da exposição ocupacional ao benzeno em postos de combustíveis no Município do Rio de Janeiro: uma abordagem integrada para as ações de vigilância em saúde”. A pesquisa mostra que os resultados ficaram abaixo do limite de detecção de contaminação por benzeno. Ela frisa, no entanto, que apesar das amostras não terem identificados diferenças significativas na concentração de leucócitos, os trabalhadores de postos estão expostos ocupacionalmente, com risco de adoecimento devido ao benzeno, substância altamente cancerígena.

O resultado final do projeto foi apresentado no IV Encontro Nacional de Vigilância em Saúde em Postos de Revenda de Combustíveis, que acontece na Escola Nacional de Saúde Pública, em Manguinhos, na Zona Norte do Rio.

Hoje(24), o dia será dedicado aos debates e ao lançamento da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO) que traz na sua publicação vários artigos e trabalhos científicos relacionados ao benzeno nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerias, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, São Paulo e Espirito Santo

PESQUISA
A pesquisadora da Fiocruz, Isabele Costa do Amaral, que levou amostras de sangue e urina dos trabalhadores para avaliação na Noruega, destacou que a identificação clínica, os sinais e  os sintomas dos trabalhadores expostos ao benzeno ainda são um desafio para os serviços de saúde, seja pela complexidade dos procedimentos ou pela ausência de critérios. Ela explicou que a pesquisa foi divida em quatro grupos que compreendem a classificação dos trabalhadores que não apresentam sintomas e os que comprovadamente têm alterações sugestivas de benzenismo.

Segundo Isabele Costa, no estudo observa-se baixas concentrações não linear do risco de leucemia. Ela revela, no entanto, que o resultado do estudo sugere que a exposição ao benzeno, mesmo em baixas concentrações, contribui para o risco genotóxico à saúde humana.

PARCERIA
O projeto “Avaliação da exposição ocupacional ao benzeno em postos de combustíveis no Município do Rio de Janeiro: uma abordagem integrada para as ações de vigilância em saúde”, iniciado em 2010, foi realizado em parceria com o SINPOSPETRO-RJ, FIOCRUZ, Universidade Federal Fluminense( UFF), Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro( UERJ).

Os diretores do SINPOSPETRO-RJ Marcos Rosa, Reinaldo Pinheiro, Angela Matos e Renato Cândido estão acompanhando os debates do IV Encontro Nacional de Vigilância em Saúde em Postos de Revenda de Combustíveis. Ontem(23) a FIOCRUZ agradeceu ao presidente do SINPOSPETRO-RJ, Eusébio Pinto Neto, pelo apoio técnico dado aos pesquisadores.

SINDICATOS
Ao apresentar o resultado do trabalho desenvolvido em Vitória, no Espirito Santo, a médica do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador(Cerest), Isabel Muniz, disse que a participação do SINPOSPETRO-ES foi fundamental para a execução do projeto de conscientização dos frentistas. Segundo ela, a campanha para interromper o abastecimento após o acionamento da trava de segurança do automóvel, mostra que os trabalhadores conhecem as normas, mas, em alguns casos, são pressionados pelos clientes a encher o “tanque até a boca”.

Para Alexandre Jacobina, representante do Ministério da Saúde na Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNBz), os sindicatos dos trabalhadores e as instituições de saúde têm que fazer pressão para que as normas de segurança e saúde sejam cumpridas nos postos de combustíveis de todo o país.

Ele disse que o anexo II da NR 9 só será cumprindo se houver fiscalização e cobranças das entidades de classes. O anexo II tem 14 itens entre eles: a instalação do sistema de recuperação de vapores junto às bombas; a lavagem dos uniformes dos funcionários é da responsabilidade das empresas; e proíbe o uso de flanelas, estopas e paninhos pelos frentistas e impede o abastecimento  depois de acionada a trava de segurança do veículo. Estefania de Castro, assessoria de imprensa SINPOSPETRO-RJ

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