Os trabalhadores de postos de combustíveis serão treinados para identificar a qualidade do produto que vendem. A proposta da Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi apresentada aos trabalhadores e aos donos de postos de combustíveis nesta segunda-feira(25). A Agência desenvolverá um curso didático com aulas práticas e vídeos explicativos. O projeto terá início pelo estado do Rio de Janeiro. A comissão criada pela ANP terá dois representantes dos trabalhadores, um indicado pela FENEPOSPETRO (Federação Nacional dos Frentistas) e outro pela FEPOSPETRO(Federação dos Frentistas do Estado de São Paulo).
O Superintendente de Fiscalização da ANP, Francisco Nelson Castro Neves, destacou a relevância da ação conjunta para combater a fraude no setor de revenda de combustíveis, que desempenha um papel importante na economia do país. Segundo ele, a adulteração de combustíveis por metanol cresceu nos últimos meses, com ocorrências nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Minas Gerais.
“ O fato chama a atenção da fiscalização, uma vez que a fraude era centralizada no eixo Rio-São Paulo”, afirmou.
O presidente do SINPOSPETRO-RJ e da FENEPOSPETRO, Eusébio Pinto Neto, disse que o curso de qualificação vai aumentar a segurança no ambiente laboral e reduzir os riscos à saúde do trabalhador. Ele frisou que esta ação é oportuna, quando se debate a mudança da matriz energética, o que forçará o governo a encontrar saídas para uma transição justa que garanta a autonomia do setor e o emprego dos frentistas.
Luiz Arraes, presidente da FEPOSPETRO, sugeriu que o curso tenha uma carga horária reduzida para facilitar a compreensão dos frentistas. Ele também propôs que as sedes e subsedes das entidades de classe sejam utilizadas para o treinamento dos trabalhadores.
TESTE
De acordo com o coordenador de Fiscalização da ANP, Ary Bello, a informação é a melhor ferramenta para combater a fraude. Ele disse que todos serão beneficiados com a capacitação dos funcionários de postos de combustíveis, sobretudo a sociedade.
Ele apresentou um teste simples que a ANP utiliza para identificar a mistura do metanol ao combustível. O teste é composto por três substâncias que são misturadas ao combustível, que, se estiver adulterado com metanol, apresentará a cor azul.
O kit de colorímetro custa cerca R$ 20,00. Ary Bello disse que o custo é baixo em comparação ao benefício que representa para o consumidor e para a saúde do frentista.