“É hora de resistência, de ir para as ruas. O povo não pode se calar neste momento de maior ataque à classe trabalhadora, algo a que jamais vi, em cinquenta anos de luta por direitos no movimento sindical” – assim definiu o cenário de reformas trabalhistas e da aposentadoria, pretendidas pelo Governo Federal, Francisco Soares de Souza, vice-presidente da Federação Nacional dos Frentistas- Fenepospetro, e presidente do Sindicatos dos Frentistas de Campinas, durante encontro de sindicalistas e lideranças do PDT- Partido Democrático Trabalhista, que debateu neste sábado (22), em Campinas/SP, os rumos do trabalhismo e da previdência. O ato contra reformas que inclui a terceirização irrestrita, medida contrária aos interesses da maioria do povo brasileiro, reuniu no Hotel Vila Rica cerca de 400 participantes, entre os quais importantes lideranças dos frentistas, como Eusébio Pinto Neto, presidente da Federação Nacional dos Frentistas – Fenepospetro e do Sinpospetro do Rio de Janeiro, e Luiz Arraes, presidente da Federação Estadual – Fepospetro.
Frente ampla de combate
Contra o que foi classificado como “um programa de reformas regressivas, que fere a soberania nacional e o legado do sindicalismo brasileiro”, foi defendida a criação de uma frente ampla de combate para ancorar as estratégias às ações de rua, ideia endossada pelos componentes da mesa oficial do evento, como Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, que em sua fala criticou a atuação tendenciosa da grande mídia e do judiciário, e a correlação do fato no processo de degradação dos direitos sociais. Hélio de Oliveira Santos, ex deputado federal, ex-prefeito de Campinas/SP, presidente do PDT municipal, afirmou que as reformas trabalhistas, ao restabelecerem o sistema escravocrata, materializam um golpe sujo e sem precedentes contra os trabalhadores: “O povo brasileiro tem que se posicionar para tentar barrar essas atrocidades”- alertou. Para dimensionar sua visão sobre a gravidade da conjuntura atual, Luiz Antônio Medeiros, secretário geral do PDT, traçou paralelo com a época de repressão vivida durante a ditadura militar, e alertou: “Nunca vi nada igual.Contra o governo federal de hoje, que quer retirar de forma absurda todos os direitos trabalhistas conquistados ao longo de anos, é preciso resistir, ir para as ruas e, assim, virar o jogo”. Para Gabriel Chalita, ex-deputado federal e secretário de Educação de São Paulo, a desmoralização da política pela grande mídia atende ao objetivo de setores específicos, de prejudicar a democracia e afastar a participação popular – e afirmou: “A beleza da política está no seu potencial de permitir defender os que mais precisam”. Para Francisco Soares de Souza, o encontro realizado marcou o início de uma aliança apartidária, voltada à fortalecer junto à sociedade a resistência, a tática e a estratégia, para a construção da hegemonia de ideias para um projeto de nação.
Nota: Principal convidado, Ciro Gomes, que falaria sobre o tema central do Encontro de Debates, justificou a ausência num vídeo em que congratulou os organizadores do evento, e manifestou disposição em estar em breve em Campinas/SP, “uma das cidades mais importantes do Brasil”, nas palavras do ex-ministro e ex-governador, por dois mandatos, do Ceará/CE.
Leila de Oliveira – Assessoria de Imprensa – Sinpospetro Campinas/SP