Ipea vê reação lenta no mercado de trabalho este ano

Mariana Durão- Estadão

15/06/2017 – O cenário do emprego no País não deve se alterar significativamente ainda que se consolide a recuperação da economia, uma vez que o mercado de trabalho reage lentamente às mudanças nos ciclos econômicos. A análise é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que descarta uma queda expressiva da taxa de desemprego em 2017, apesar de identificar uma tendência de redução no ritmo de queda da ocupação, associada, sobretudo, a um crescimento no número de novas vagas.

“Ainda assim, esse crescimento não será forte o suficiente para reduzir de forma intensa o número de desempregados e para abarcar os novos entrantes na força de trabalho”, disse o Ipea em Carta de Conjuntura divulgada ontem. No trimestre encerrado em abril, a taxa de desemprego no País alcançou 13,6%, o pior desempenho para essa época do ano dentro da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Recorte. Com base em microdados da Pnad, a análise do Ipea revela que a taxa de permanência dos brasileiros no desemprego vem aumentando. Ao longo do primeiro trimestre de 2017, 48% dos trabalhadores que estavam desocupados não conseguiram nenhuma colocação no mercado de trabalho, resultando num incremento de 0,4 ponto porcentual em relação ao observado no mesmo período de 2016 (44%) e numa elevação ainda maior quando comparada ao período pré-crise (35%).

O estudo mostra que a participação masculina na população desocupada cresceu de 44% em 2012 para 50% no primeiro trimestre deste ano. Além disso, 70% da população desempregada é formada por jovens com idade entre 18 anos e 39 anos. O corte por grau de instrução revela que a maior parte dos desocupados tem ensino médio completo ou incompleto (50%).

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