Os motoristas brasileiros pagam o litro da gasolina mais caro entre os dez maiores produtores de petróleo do mundo, mostra levantamento da associação internacional de pesquisas Airinc, obtido pela reportagem.
O combustível era vendido a US$ 1,19 o litro nos postos de combustíveis em julho deste ano, de acordo com o levantamento. Pelo câmbio médio do mês, trata-se de R$ 3,70 o litro, um valor superior ao pago pelo motoristas de outros países grandes produtores de petróleo pelo mundo, como a China (US$ 1,14), o Canadá (US$ 0,97), o México (US$ 0,88) e os Estados Unidos (US$ 0,84).
A gasolina é ainda mais barata nos grandes produtores de petróleo membros da Opec (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), como Arábia Saudita (US$ 0,12) e Kuait (US$ 0,20).
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, afirma que o que torna a gasolina brasileira mais cara é o peso dos impostos no país.
“A gasolina no Brasil é mais barata na refinaria do que nos Estados Unidos, mas chega às bombas mais cara”, diz.
O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), a Cide, o PIS/Pasep e a Cofins (impostos federais) respondem, somados, por 39% do preço do gasolina nos postos de combustíveis, de acordo com cálculos da Petrobras disponibilizados no site da companhia.
O levantamento completo da consultoria inclui 171 países. Nesse caso, o Brasil aparece no meio do ranking, com a 80ª mais cara gasolina do mundo. O país fica empatado com Ruanda e as ilhas São Vicente e Granadinas.
Noruega – A gasolina mais cara do mundo fica na Noruega. O litro do combustível no país nórdico custa US$ 2,04 (algo como R$ 6,40). Hong Kong e Holanda não ficam muito atrás, com US$ 1,99 e US$ 1,92 (R$ 6,26 e R$ 6,04, respectivamente).
“Na Europa, existe a percepção de que é preciso tributar o transporte individual, o que ajuda a explicar a gasolina mais cara”, diz Pires.
O levantamento não inclui o Iraque, oitavo maior produtor de petróleo do mundo segundo o Departamento de Informação de Energia dos Estados Unidos. O país foi substituído por Kuait, 11º do ranking. A lista também não considera a capacidade do poder de compra de cada país.
Petróleo – O preço do petróleo WTI se aproximou ontem de romper o patamar em que não é negociado desde 2009, em meio ao aumento nos estoques nos Estados Unidos. No fim do dia, o barril fechou cotado a US$ 40,95.
O Citigroup não descartou que a cotação caia a US$ 32. O petróleo Brent, referência mundial,fechou em Londres em queda, cotado a US$ 46,40.
Fonte: Diário do Comércio