Sem Previdência, Temer quer acabar com abono salarial dos mais pobres

Obrigado a recuar em cinco pontos do arrocho na Previdência, Michel Temer agora quer compensar as perdas financeiras com a derrota de outra forma: acabando com o abono salarial dos mais pobres.

Após ceder às pressões da base aliada no Congresso Michel Temer autorizou, ontem, mudanças em cinco pontos da proposta de reforma da Previdência. As alterações vão reduzir em pelo menos 17% a economia que o governo projetava para os próximos dez anos nos gastos com o INSS, ou cerca de R$ 115 bilhões.

Esse valor, revelou uma fonte da área econômica, terá de ser compensado por medidas adicionais, sendo uma delas o fim do abono salarial, equivalente a um salário mínimo por ano a quem ganha até dois mínimos e que consome cerca de R$ 18 bilhões por ano, alcançando 22 milhões de trabalhadores.

as mudanças serão nas regras para trabalhadores rurais, nos Benefícios de Prestação Continuada (para idosos pobres e deficientes), nas pensões, nas aposentadorias de professores e policiais e nas regras de transição para o novo regime previdenciário.

De acordo com o relator da proposta na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA) , a reformulação das regras de transição vai aumentar o número de trabalhadores incluídos nessa faixa:— As prováveis mudanças serão primeiro para reduzir a idade para inclusão na regra de transição, que não fique apenas de 50 anos para frente. E a outra questão é haver uma compatibilização entre idade mínima e tempo de contribuição.

FALÁCIA
Desde de que assumiu, Temer tenta acabar com o PIS/PASEP. No ano passado o Ministério da Fazenda incluiu o fim do abono salarial na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto de gastos públicos. No Congresso, essa proposta foi abrandada, por pressão dos sindicalistas. Agora o governo volta a insistir da ideia usando a reforma da previdência como moeda de troca.

No caso do abono salarial, a avaliação dentro da equipe econômica é que esse benefício, ao contrário do seguro-desemprego, não se justifica mais. Ele foi criado na década de 1970 para reforçar o bolso dos trabalhadores quando o salário mínimo era baixo e não tinha ganhos reais. Com a política de valorização do mínimo — que garante a reposição da inflação mais o crescimento da economia —, há espaço para redução dessa despesa, já a partir de 2018.”Brasil 247/ Informações de arquivo Sinpospetro-RJ

Deixe seu comentário